Os negócios sustentáveis são sinônimo de diferenciação em um mercado cada vez mais competitivo que busca se adequar à demanda da sociedade
Por Mirela Souto
A sustentabilidade é uma realidade dos negócios, e é nítida a mudança da sociedade em relação ao tema em virtude dos acontecimentos do último ano. Os negócios sustentáveis são sinônimo de diferenciação em um mercado cada vez mais competitivo que busca se adequar à demanda da sociedade. Esse modelo abrange práticas que estão atreladas ao meio ambiente, à sociedade e diretamente aos indivíduos colaboradores, ao mesmo tempo em que gera lucro para as empresas. Isso porque quando levamos em consideração uma gestão sustentável é possível equilibrar renda e modo de consumo. Ou seja, consegue reduzir os custos e repensar a forma de produção, por exemplo, e aumentar o lucro e o faturamento da organização.
A consideração de fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) nas decisões de investimento tornou-se uma tendência mundial. Esses fatores abrangem um conjunto de métricas que vai avaliar as empresas de acordo com os impactos que elas provocam e o desempenho nessas três áreas. De acordo com a ONU, a liderança deve enfatizar a toda a organização a respeito da importância da sustentabilidade e suas responsabilidades. Isso mostra que estamos diante de um novo padrão. Esse novo padrão empresarial coloca a sustentabilidade no centro das estratégias dos negócios. Fica claro que as empresas, para sobreviverem a longo prazo, terão que estender sua visão nesses aspectos pois o mundo dos investidores têm priorizado valores humanos, éticos e morais.
No pilar ambiental, atitudes como melhorar o gerenciamento de resíduos, garantindo que aqueles que não puderam ser eliminados recebam o descarte ambientalmente correto, e adotar medidas de prevenção e gestão de risco são algumas iniciativas. Já no âmbito social é possível e preciso elaborar práticas de inclusão e diversidade, garantindo que o quadro de colaboradores seja inclusivo. Já em relação à governança, a organização deve atuar com ética e transparência em todas as decisões que está envolvida, por exemplo.
Michael Porter muito bem pontua a ideia de que as empresas que inovam em seus aspectos ambientais saem na frente. Compreender as razões pelas quais a inovação é um fator importante para as organizações quando falamos em sustentabilidade é essencial para uma estratégia que visa competitividade e eficiência. Ainda que muitas empresas tendem a enxergar questões ambientais como algo que gera alto gasto financeiro, o fato é que o retorno a longo prazo mostra justamente o contrário. O uso de recursos de maneira ineficiente contribui para um processo ineficaz. É preciso saber identificar a relação da melhoria da qualidade e desempenho ambiental para a redução nos processos e desperdícios, assim como repensar os materiais de maneira que eles possam voltar ao ciclo produtivo infinitas vezes.
A adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, da ONU, é uma das ferramentas para fomentar o desenvolvimento sustentável pelo mundo, bem como os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) traçados. As empresas, sociedade, governos e organizações, portanto, têm um papel essencial nesse processo como grande detentor do poder econômico, propulsor de inovações e tecnologias, influenciador e engajador dos mais diversos públicos – governos, fornecedores, colaboradores e consumidores.
O Brasil ainda necessita olhar com mais atenção para os pilares ESG. As empresas devem mudar seus posicionamentos para que percebam que fazem parte do ambiente em que estão inseridas e suas atividades impactam diretamente a sociedade. O lucro pelo lucro não basta mais. As empresas que não se atentarem ao ESG, provavelmente, vão ser atropeladas.
Fonte: ES Brasil